O presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (AMPEM), Gilberto Camara, participou nesta segunda-feira (29),
do evento de culminância do Projeto Escutar para Transformar, realizado por meio de parceria entre o Programa MP na Comunidade, o Clube de Mães Mateus e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), realizado no auditório do Centro Cultural e Administrativo do Ministério Público do Maranhão.
A diretora da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), Karla Adriana Holanda Farias Vieira, afirmou que para mudar realidades é necessário que se transforme a forma de agir e que o Ministério Público atua, nesse contexto, como um construtor de consensos e uma ponte entre a sociedade e as instituições.
Na ocasião, o presidente Gilberto enfatizou o trabalho realizado pela Promotoria Comunitária Itinerante junto às comunidades de São Luís, que foi exemplo para a sua atuação na Comarca de Codó, com o projeto MP nos Bairros. O promotor também celebrou a presença de jovens estudantes na plateia e reforçou o apoio da Ampem a projetos que levem o Ministério Público para dentro das comunidades.
O presidente do Instituto Terre des Hommes Brasil, Renato Pedrosa, parabenizou o Ministério Público por celebrar resultados de um projeto realizado em meio ao contexto de pandemia, destacando a importância da instituição ir ao encontro da sociedade. Para Pedrosa, a atuação do MPMA é um exemplo de como é possível alcançar solução para problemas por meio do diálogo.
O procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, também fez uma saudação especial aos jovens, ressaltando que o espaço do Ministério Público é, na verdade, da sociedade, um lugar que todos devem procurar para garantir seus direitos. Para Nicolau, o promotor de justiça precisa estar nas escolas, ruas e hospitais, ouvindo as demandas da comunidade para direcionar a sua atuação profissional. “Estamos aqui para ouvir o povo e trabalhar para o povo”.
Em seguida, integrantes do Ministério Público do Maranhão e de instituições parceiras, além dos artistas que ministraram oficinas como parte do Projeto Escutar para Transformar foram homenageados.
MESAS
A primeira mesa de diálogo realizada teve como tema “A valorização das comunidades escolares” e foi coordenada pela promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAOp-DH), Cristiane Gomes Coelho Maia Lago. A primeira palestrante foi a psicóloga Cláudia Castro, que abordou o tema “Saúde emocional e educação”.
Cláudia Castro ressaltou a importância da interdependência entre as pessoas e apontou dois pilares no trabalho de valorização da vida: o fortalecimento dos vínculos afetivos e o reconhecimento de transtornos relacionados à saúde mental. A psicóloga destacou a importância de acolher as pessoas em sofrimento e falou sobre sinais de alerta, como mudanças bruscas de comportamento. Ela também apontou mecanismos de apoio como o Centro de Valorização da Vida (telefone 188) e o site podefalar.org, uma iniciativa do Unicef.
O diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais (Secinst) da Procuradoria Geral de Justiça, José Márcio Maia Alves, ministrou em seguida a palestra “Alteridade familiar e comunitária e a importância da mediação e das práticas restaurativas para a pacificação de conflitos”. Ele usou a literatura para ilustrar conceitos de psicanálise e falar sobre a formacão do psiquismo humano, tratando de conceitos como id, ego, superego, alteridade e tolerância, para ao final apontar para a necessidade de ajustamentos assistidos entre pessoas com psiquismos diferentes, a exemplo do que faz o Ministério Público no Núcleo de Mediação Comunitária.
“Em um mundo formado por personalidades essencialmente diferentes, atritos são naturais e precisam ser resolvidos”, afirmou o promotor de justiça. Nesse contexto, ele destacou o trabalho do Ministério Público para a resolução de problemas não só pela via judicial, mas principalmente com uma atuação mediadora, com o uso de práticas restaurativas.
RESULTADOS
Os resultados do Projeto Escutar para Transformar foram apresentados na segunda mesa de diálogo do evento, que foi mediada pela representante do Clube de Mães Mateus, Fernanda Albino.
A professora Cláudia Aline Soares Monteiro, coordenadora do projeto de extensão Plantão Psicológico Centrado na Pessoa, da UFMA, falou sobre a atuação em parceria com o projeto, destacando os desafios enfrentados em meio à pandemia da Covid-19, que obrigou à realização de várias atividades no formato online.
O projeto de extensão realizou cursos como o de “educação centrada no estudante”; oficinas como a de “escuta empática e autêntica”, oferecida a profissionais do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas); e rodas de conversa abordando temas como os impactos da pandemia na saúde mental.
O promotor de justiça Vicente de Paulo Silva Martins, coordenador do Programa MP na Comunidade, discorreu sobre a atuação focada na educação em direitos humanos e a respeito das diversas atividades realizadas durante o projeto. O titular da Promotoria de Justiça Comunitária Itinerante também ressaltou a utilização da arte no projeto de valorização da vida e anunciou para 2022 a instalação do Núcleo Comunitário de Mediação e Práticas Restaurativas na Divineia.
A diretora do Centro de Ensino Paulo Freire, Terezinha de Jesus Pereira, agradeceu ao Ministério Público do Maranhão pela realização do projeto, que teve os estudantes do Centro de Ensino como beneficiários. Segundo ela, os alunos se dedicaram às atividades e gostaram de participar da iniciativa. A diretora colocou a escola à disposição para outros projetos que fortaleçam os vínculos com outras instituições.
A aluna Andressa Miranda Seguins falou em nome dos estudantes e agradeceu pela oportunidade de aprendizado fora do ambiente escolar. Ela comentou sobre a possibilidade de conhecer realidades diferentes e agradeceu aos artistas que ministraram as oficinas de pintura, cerâmica e cordel.
Com informações da CCOM-MPMA.